26 de janeiro de 2014

Estudo revela que 30% dos empregadores portugueses não encontram as competências de que precisam...

Isto é especialmente grave quando se lê que as falhas são ao nível de "carência no que se refere à capacidade de resolver problemas e à proficiência em inglês"... 

Eu já terminei o 12ºano há quase 16 anos. Pessoas que nasceram em 1998 (ano em que concluí o 12ºano) já estão no ensino secundário. Desde há 16 anos, o inglês tornou-se obrigatório desde a 1ªclasse. Os miúdos estão cada vez mais expostos às línguas estrangeiras. Têm computadores e internet e tudo (no meu tempo havia, mas quase ninguém tinha acesso a essas coisas) e mesmo assim continuam sem ter competências em inglês.


Quanto à capacidade de resolver problemas... é um problema em si mesmo que vem desde professores mal preparados, professores desmotivados e muitas vezes professores muito bem intencionados e competentes, mas sem ferramentas... com pais que se desligam da educação dos filhos. Televisões que se ligam em tudo exceto em notícias. Famílias e escolas que não promovem a discussão de ideias e que criam seres autómatos em vez de criarem seres autónomos.

Todos temos responsabilidade. Mas como não posso ir dentro de casa das pessoas obrigá-las a ver notícias e a falar com os filhos em vez de os deixarem entregues aos computadores, posso pelo menos dizer que as políticas do Ministério da Educação têm sido desastrosas.

Continuam a brincar com a educação dos miúdos. Fazem experiências da treta. Põem coisas, tiram coisas... depois põem outra vez. Quem ganha são as editoras. Perdem os professores (porque andam sempre à nora a tentar fazer sentido do que não faz sentido e acreditem que há programas que não fazem sentido nenhum!!), perdem as famílias porque gastam mais dinheiro e principalmente perdem os miúdos.

Exemplo disto é o que se tem passado com a questão da obra de leitura obrigatória no 12º ano. Memorial do Convento nuns anos. Depois MC ou o Ano da morte de Ricardo Reis. Depois só o Ano da morte de Ricardo Reis e depois o MC outra vez. E tudo isto a acontecer entre 2015 e 2018. As editoras publicam mais livros especializados na obra nova, publicam mais manuais, os professores fazem o seu trabalho e os alunos andam à nora... porque o MC faz mais sentido, olhando ao 12ºano como um todo. Mas ninguém foi ouvido. Alguém achou que os alunos deveriam conhecer melhor esta obra... eu não tenho nada contra o conhecimento nem contra a leitura, mas acho que as coisas estão a ser feitas sem método e de forma a favorecerem quem menos precisa de ser favorecido (as editoras).

Falo neste exemplo, porque é aquele que melhor conheço. Haverá muitos outros, noutras áreas...

Enfim...

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