26 de setembro de 2009

Os sufrágios

As primeiras eleições da República realizaram-se em 1911. Há quase 100 anos...

Segundo a legislação em vigor, poderiam votar pessoas maiores de 21 anos, que soubessem ler e escrever ou que fossem chefes de família há mais de um ano.

Carolina Beatriz Ângelo fez um requerimento para ser incluída nos cadernos de voto. Era maior. Viúva e por isso chefe de família. Sabia ler e escrever.

Os senhores legisladores fizeram a lei a pensar só em homens, mas não o especificaram e a D. Carolina aproveitou.

Foi a primeira mulher a votar em Portugal.

Uma mulher forte... uma mulher inteligentíssima... uma mulher de muita coragem.

Amanhã, honremo-la. Vamos votar!

14 comentários:

m-a-g disse...

Grande mulher! Sim senhora :)
Vamos pois!

Pax disse...

Gostei da história! :)

É curioso como aquilo por que outros tanto lutaram para conseguirem, passa a dado adquirido e vai perdendo a importância, como o direito ao voto das mulheres.
Olha, acabei por me lembrar de uma motivação para sair de casa amanhã. Obrigada :)

spritof disse...

:)

Ianita disse...

Caluda: mulher de M maiúsculo :)

Pax: por isso é que é perigoso entrar em comparações descabidas... estamos mal? Estamos. Mas nunca estivemos tão bem. Queremos mudança? Estamos no nosso direito. Mas não devemos ser injustos e ignorar o passado. Eu posso falar, posso votar, posso ter opinião... posso conversar, discutir e a minha opinião é ouvida e apreciada... tudo porque houve quem antes não teve este direito e o conquistou para mim. Mulheres como a D. Carolina :)

Spritof: a mim só me metem impressão os senhores que dizem que expulsam os emigrantes a pontapé... de resto, aceito e respeito, embora não concorde... não interessa em quem se vota, interessa que se vote. :)

Vera Angélico disse...

Eu vou. ;)

Ianita disse...

Vera: eu também vou! :)

(preparada psicologicamente para ver um monte de gente que não quero ver, mas vou...)

Pax disse...

É mesmo!
E é tão fácil esquecer o sacrificio, por vezes à custa da própria vida de alguns, para que tenhamos o que já temos! Tão fácil esquecer, tão fácil ter como certo e tão dificil saber reconhece-lo e honra-lo!

Ianita disse...

Pax: Precisamente! Há que relativizar. Olhar para o futuro, para o que queremos, para quem está mais à frente que nós, mas há que nunca esquecer de onde viémos ou corremos o risco de sermos muito injustos.

Eu adoro História. Ela não é passado, é presente e é futuro. Porque se não fosse o que passou eu não era quem sou agora. Não fosse pessoas como a D. Carolina e eu não teria blog, nem iria amanhã votar... estaria casada com uma pessoa qualquer que os meus pais escolhessem, com meia dúzia de filhos e sem o direito de dizer o que penso.

Gosto muito disto. Sempre fui muito opinativa, muito argumentativa... o poder dizer o que penso, o poder defender os meus pontos de vista e agir em conformidade... isso vale uma vida!

E o esforço dos outros... dos que deram a vida, dos que sofreram, dos que foram desterrados, exilados... eu não esqueço. Nunca!

Luisa disse...

Lembrete com texto bonito!

Votei sempre e amanhã não vai ser excepção.

Beijinhos
Luisa

NI disse...

O meu pai morreu para amanhã podermos exercer um direito.

Talvez, por isso, sou um pouco radical nesta matéria. Para mim, votar trata-se de um direito/dever cívico e quem não vota deveria perder alguns direitos cívicos (por exemplo não poder fazer greve). A abstenção não é uma forma de protesto como muitos defendem. É deixar que outros escolham por nós e, acima de tudo, desonrar todos aqueles que perderam a vida para podermos hoje exercer um direito inalienável. Se querem protestar votem nulo mas exerçam o vosso direito. Cumpram o vosso dever.

Li disse...

Eu vou...ainda não decidi em quem, mas vou...:)

bjs

Ianita disse...

Luísa: eu também :)

Ni: eu vejo as coisas da mesma forma, embora não tenha ninguém envolvido de forma tão directa... eu acredito na abstenção. Mas naquela que é para mim a verdadeira abstenção: ir lá e votar em branco. Não ir é não querer saber... nem do passado nem do futuro... e isso entristece-me e revolta-me! Para mais que essas pessoas que nem se dão ao luxo de ir votar são as que depois mais criticam o estado das coisas... isso dá-me uma comichão que nem imaginas!!!

Lilipat: o que importa é ires :)

LP disse...

Não conhecia, mas gostei da história! Em que ano foi mais ou menos?

Eu não fui, mas um dia irei, sempre!

Acredito que só temos o direito a reclamar se exercermos o voto! Se temos a possibilidade de mudar e não a aproveitamos, então não temos credibilidade na crítica!

Beijinhos

Ianita disse...

LP: foi em 1911 :)

E nem mais... devemo-lo aos nossos antepassados e devemo-lo a nós-mesmos! :)