17 de julho de 2011

Um desconforto.

Tenho andado há uns dias a tentar definir qualquer coisa que se passa comigo. E acho que a palavra que mais se assemelha é mesmo esta... desconforto.

Não penso que seja um desconforto físico. Engordei, mas sinto-me bem. Aprendi a entender as necessidades do meu corpo e sei que há pouco que possa fazer.

Também não vejo motivos para ser um desconforto emocional. Tenho a minha casa. Sinto-me extremamente bem aqui. Não me sinto sozinha. Não tenho medo. Não me sinto deslocada. Sinto-me verdadeiramente em casa. Tenho amigos de quem gosto e que gostam de mim. Tal qual eu sou. Sem máscaras. E a minha família. E é bom, reconfortante, saber que há pessoas quase incondicionalmente por nós.

Sinto-me acarinhada. Sinto-me amada. Sinto-me entendida. Ainda assim não consigo evitar o que sinto. Um aperto no peito. Um sentimento de insatisfação. Um desconforto. Como se não fosse esta a minha pele. Como se tivesse vestido uma roupa demasiado apertada. Sufoco. Sinto os movimentos presos.

Pode ser só cansaço. Alguém faz anos no andar de cima. Estou farta de ouvir gritos e guinchos e mobília a arrojar e pés a correr de um lado para o outro. Irrita-me.

Apetece-me subir um andar e mandar dois berros aos vizinhos. Calem-se. Fiquem quietos e deixem-me a mim ficar quieta. Sinto como se estivesse no ninho e viesse alguém cutucar-me. Deixem-me estar sossegada. Não me chateiem.

Apetece-me um abraço apertado de alguém que não faça perguntas.









2 comentários:

Unknown disse...

Um abraço de alguém que não faça perguntas, é exactamente isso que sinto por vezes também...

Vai um abraço?

biju*
Ivânia

Vera Angélico disse...

Hmmmm... pensa comigo... qual era a probabilidade de acontecer aquilo que aconteceu hoje? Era o universo a mensajar-te. LOL! A fazer-te pensar que tens de largar o desconforto e ser feliz, como sabes tão bem ser. Os dias todos não são suficientes para te agradecer. Beijos.