11 de junho de 2008

Coimbra...

Não posso dizer que tenha mais encanto na hora da despedida. Chorei muito naquela última noite da minha última queima. Tenho lá estado em todas as queimas depois dessa, mas essa, a de 2003, é que foi a última. Ainda me lembro de ver os fogos sobre o rio e de me virem à cabeça imagens, flashes de outras queimas, da primeira ainda no Parque, e de me virem aos olhos as lágrimas.




Mas não foi só nesta hora, a da despedida, que reconheci a Coimbra o seu encanto. Vinha a casa o mínimo de vezes, só mesmo para os meus pais não me deserdarem e me continuarem a dar a mesada! Os únicos arrependimentos, não são de não ter ido a mais aulas, nem de não ter uma média melhor (porque ao fim e ao cabo, não valeria de nada na mesma), mas de ter tido juízo demais nos últimos anos de Coimbra. Os primeiros anos, os do degredo, os do Buraco Negro, sózinha até de manhã, de adormecer nas Monumentais a olhar as estrelas, os da praxe, os dos cinco anões, os do Clube dos Gambuzinos, ui!, e de tantas outras coisas que dói só de lembrar, esses é que foram os anos!




E de os ter vivido intensamente é que ainda hoje sinto saudades! Admito que haja quem não tem saudades, mas eu tenho e muitas! Tinha uma independência que não consigo ter hoje, a minha casa, as minhas coisas, fora de casa até de manhã sem ninguém me chatear. Podia faltar às aulas e agora não posso faltar ao trabalho... Ele há coisas...!



Há um fado de Coimbra de que eu gosto muito, que me faz choramingar, que me faz recuar 10 anos (sim! 10 anos!)... Deixo-vos o poema, mas isto com a guitarrada de Coimbra fica muito melhor...
Sentes que o tempo acabou


Primavera de flor adormecida


Qualquer coisa que não volta, que voou


Que foi um rio, um ar na tua vida





E levas em ti guardado


O choro de uma balada

Recordações de um passado


O bater da velha cabra...





Capa negra de saudade


No momento da partida


Segredos desta cidade


Levo comigo prá vida!




Sabes que o desenho do adeus


É fogo que nos queima devagar


E no lento cerrar dos olhos teus


Fica a esperança de um dia aqui voltar.


(...)



São muitos os segredos que eu tenho guardados e estimo-os e revivo-os sempre! Voltei já muitas vezes e volto sempre que posso, mas nunca mais foi o mesmo e temo que nunca mais será... Ficam as tertúlias com os amigos, os mesmos daqueles tempos, e quase todas as conversas começam com um "lembram-se quando...". E lembramos sempre. Fica isto mesmo: os amigos e as recordações de um passado que é muito mais que isso! ;)

5 comentários:

Rony disse...

Coimbra!

Dizem que é a cidade dos estudantes...
Dizem que é uma cidade à beira do Mondego...
Dizem que quem por lá passa não esquece...
Dizem... dizem... dizem...

Ianita disse...

Acho que as reticências são o que melhor caracteriza esta cidade...

fitipaldi disse...

é a balada do 5ºano jurídico 88/89,so de ouvir os primeiros acordes da me arrepios...é sublime.se o nome da musica fosse traduzido eu proporia good riddance(time of your life)os green day sao bons rapazes e nao se importariam

Teresa disse...

Bem, podia dizer tanta coisa, mas assim sendo fico-me pelas reticências...

Ianita disse...

Aquela guitarrada tem mesmo um efeito daqueles bem lamechas... Mas se fossem os Green Day a tocar, acho que perdia este efeito catártico...