15 de janeiro de 2009

De Revolutionary Road a The curious case of Benjamin Button

Comecemos pelo princípio.
Revolutionary Road é um filme mais ou menos. Não sei se por ser só mais ou menos se por que não gostar do Di Caprio e de tudo o que vem dele. Mais uma vez, uma desilusão. Não me convence mesmo. Não acho sequer que represente bem, é sempre igual, e aqui não foi excepção. A história... A história não é má. Faz-me lembrar "As Horas" (livro), se As Horas fossem só a Mrs Brown. Ou seja, a personagem da Kate Winslet é uma Mrs Brown. A Mrs. Brown é a minha personagem preferida nas Horas. Mesmo. Por isso gostei muito desta April. Uma mulher encurralada. As estratégias de fuga não são as mesmas, mas elas são iguais. A Kate está muito bem, mesmo muito bem, mas a verdade é que o Leo está igual a si-mesmo (o que para mim é mau) e o filme não traz nada de novo.
The Curious Case of Benjamin Button.... uma delícia de filme. Um filme realizado por David Fincher, baseado num conto de Scott Fitzgerald, dois grandes actores. A receita do sucesso. Bem, há filmes que têm tudo para serem bons e não são. Este é.
O Brad é o melhor actor desta geração de actores e disto eu não tenho dúvidas. A Cate Blanchett é a melhor actriz desta geração de actrizes... E juntos... Juntos são uma delícia.
A história é fantástica. Eu não tinha visto imagens nem sinopses nem nada. Adorei todas as duas horas e quarenta e três minutos. :) O texto é lindo, inspirador. Dei por mim a procurar lápis e papel para escrever coisas... A fotografia é linda. Tudo.
Há algumas cenas que se destacam na maravilha total que é este filme... as cenas do pôr-do-sol, na casa de campo...
You can be mad as a mad dog about how things went... You can swear and course fates, but, when it comes to the end, you have to let go....
Há uma outra cena quando em Paris... que começa assim "Sometimes we're on a collision course amd we just don't know it, wether it's by accident or by desire, there's not a thing we can do about it. A woman in Paris was on her way to go shopping but she had forgotten her coat and went back to get it.....". Esta sequência é belíssima.
Estou a tentar dizer o que penso sem estragar o filme a quem ainda não o viu. Deixei algumas palavras, mas nada que indique o sentido do filme... Falta dizer que vale a pena ver filmes assim. Inspiradores. Bem feitos. Bem interpretados. Bem tudo. Um ensaio sobre o amor. Deixo-vos com algumas palavras inspiradoras do próprio Benjamin:
"For what is worth, it's never late, or in my case, never too early, to be whoever you want to be. There's no time limit. Start whenever you want. You can change or stay the same. There are no rules to this thing. You can make the best or the worst of it. I hope you make the best of it. I wish you can see things that staw you. I hope you'll feel things you never felt before. I hoppe you meet people with a different point of view. I hope you live a life you're proud of.

And if you find you're not... I hope you have the strength to start all over again."

22 comentários:

Isandes disse...

Tenho MUITA curiosidade em ver esse do Benjamin. É em flashbacks, né? Mas olha lá, isso não estreava só hoje? Temos hacker... Deixa, eu não digo nada, kiss

Ianita disse...

Eu não! Alguém meu conhecido que eu não digo quem foi :)

Mas sim, começa no fim, tipo Paciente Inglês. Vais gostar.

Kisses

LP disse...

Como sempre, após ler os teus textos, fiquei com água na boca...

Tenho de ver o último ;)

Beijinhos

Hélio disse...

The strength to start all over again... that is the real tough thing in life... É o mito de Sísifo em todo o seu esplendor... :)

Ianita disse...

LP: O 1º vale por ela. O Benjamin... epah... gostei mesmo! :)

Depois diz o que achaste. Kiss

Hélio: Estás-te a meter comigo e eu a ver! :)

Podemos ir pelo Sísifo ou pela fénix, por exemplo. Se bem que são casos diferentes, se bem que iguais. A fénix não renasce do nada, renasce das cinzas... o fígado do Sísifo renasce do nada... mas é um castigo por ter quebrado leis divinas... será que o nosso castigo por quebrar a lei divina de viver é este... ter de começar outra vez?

Podemos também falar no Prometeu... tínhamos aqui pano para mangas, meu caro amigo. Pano para mangas :)

Kisses

Hélio disse...

Oh Ianita, eu pensava que o Sísifo era o tipo que rolava a pedra pela encosta acima e por qualquer motivo à pulha, o raio do calhau lá vinha por aí abaixo outra vez... o Prometeu também é um bom exemplo, mas o Sísifo é um paradigma do re-start... acho... :S

Beijinho :)

Ianita disse...

LOL

Entretanto vem aí um senhor tirar-me o diploma! :) Grande calinada!

Sim Sísifo tinha de rolar a pedra encosta acima. Prometeu estava preso a uma rocha e vinha uma águia comer-lhe o fígado e ele, como era imortal, via todos os dias o fígado a regenerar-se. Fígado onde se concentram os males do homem :)

Sísifo é um símbolo da preseverança. Camus tem um livro fascinante sobre o homem fútil e a sua luta pela procura do sentido da vida... "O mito de sísifo" :)

A Fénix é também um bom exemplo... acho eu :)


Prometeu símbolo da insurreição, símbolo da luta contra o poder instituido e, vai daí, luta pelo não desistir dos nossos sonhos e daquilo em que acreditamos :)

Por acaso imaginaste, num delírio,
que eu iria odiar a vida e retirar-me para o ermo
por alguns dos meus sonhos se haverem
frustrado?
Pois não: aqui me tens
e homens farei segundo minha própria imagem:
homens que logo serão meus iguais
que irão padecer e chorar, gozar e sofrer
e, mesmo que forem parias,
não se renderão a ti como eu fiz"

Hélio disse...

:D

Eu sei que o Camus escreveu o Mito de Sísifo: eu li-o (et en français, il faut le dire). :) É um excelente conjunto de ensaios.

A Fenix é duplamente encantadora: é uma ave mítica, bela e que mexe com duas das coisas que não podemos tocar: o renascimento fisico e o Fogo.

Excelente excerto :)

Ianita disse...

O Mito de Sísifo li em português. E já me custou o suficiente, obrigada! :)

O excerto é de Goethe, do seu Prometheus.

Quanto à fénix... a mim cativa-me particularmente. Gosto de pensar que podemos regenerar-nos. Que a nossa alma pode ser queimada, espesinhada e afins e, ainda assim, renascer. Com o peso das cinzas que já foi, mas renascer...

Kiss

Hélio disse...

Assim é, de facto, a nossa alma. Quantas vezes não somos nós, fénix encarnada e renascida?...

É preciso é ter cuidado com o lume senao... ;)

Beijinho :)

Ianita disse...

Sim... é preciso termos cuidado com o fogo se não queimamo-nos a sério... mas vai daí, o que é a vida sem umas quantas queimaduras? Sem cinzas? Sem perda total?

Nada. Absolutamente nada.

Kisses

Hélio disse...

Ui, desculpa lá, mas a perda total dispenso... ir perdendo pelo caminho, ainda vá lá, mas tudo de repente... catastrophe!

Beijinho :)

Ianita disse...

Diz Aristóteles na sua Poética que "A catástrofe é, na lógica da tragédia clássica, o evento ou os eventos dolorosos e funestos que acontecem em cena, correspondendo a ferimentos ou mortes"... a alma pode morrer para poder renascer... pode ficar ferida de morte e voltar a ser alma... ou não?

Kisses

IandU disse...

Estou a pensar ir ver The Curious Case of Benjamin Button hoje ao cinema :P

Sendo assim acho que fiquei convencido :P

Ianita disse...

:) depois diz o que achaste

Kisses

Neni disse...

Quero muito ver estes dois, mas agora deixaste-me de pé atrás com o "revolutionary road"..a ver vamos:)

Ianita disse...

Não gostei muito, mas pode ser por não gostar dele... por isso, nada como o ver para crer! :)

Kisses

Lize disse...

Também quero ver o segundo :)

Gostei das frases do Benjamin.



Beijocas :)

Ianita disse...

Epah... inspirador! Mesmo!

Kisses

Anita disse...

este post só leio depois de ver os filmes:)) e o Benjamin é já amanhã:))

Anita disse...

Adorei o The Curious Case...uma bonita fábula dos tempos modernos!!!

Quanto ao outro vou esperar pela estreia:)

Ianita disse...

Viste? Eu disse :)

Depois diz-me o que achaste do Revolutionary Road.

Kisses