7 de fevereiro de 2009

O carteiro de Pablo Neruda

"Ao amanhecer, armados de uma ardente paciência, entraremos nas esplêndidas cidades".
"Eu acredito nesta profecia de Rimbaud, o vidente. Eu sou de uma obscura província, de um país separado dos outros pela cortante geografia. Fui o mais abandonado dos poetas e a minha poesia foi regional, dolorosa e chuvosa. Mas tive sempre confiança no homem. Nunca perdi a esperança. Por isso, cheguei até aqui com a minha poesia e a minha bandeira.
Em conclusão, tenho de dizer aos homens de boa vontade, aos trabalhadores, aos poetas, que todo o futuro está expresso nesta frase de Rimbaud: só com uma ardente paciência conquistaremos a esplêndida cidade que dará luz, justiça e dignidade a todos os homens.
Assim a poesia não terá cantado em vão."
O carteiro de Pablo Neruda, António Skármeta
A vida tem destas coisas. Um clássico já adaptado ao cinema e eu não tinha nem lido o livro nem visto o filme. Não me causava curiosidade. Entretanto, numa conversa acerca de não sei bem o quê, um amigo diz-me que este era o filme da sua vida. Sendo uma pessoa que muito prezo e admiro, fiquei com a pulga atrás da orelha. O livro saiu com a revista Sábado aqui há uns meses. Comprei e guardei-o perto. Tenho lido outras coisas, mas este livro tem estado sempre por aqui perto a espreitar... a mostrar a sua presença... a exibir-se... a pedir para ser lido.
Comecei ontem... terminei hoje. Escusado será dizer que é um livro belíssimo. Um dos melhores livros que li. Que delícia de narrativa. A poesia que transpira desta narrativa estreita que me conquistou desde o prólogo.
Agora vou procurar o filme. Hei-de conseguir encontrá-lo e comprá-lo e vou vê-lo. Não sei quanto tempo demorará, mas vou conseguir. Quero mesmo ver o filme. Espero que faça jus a este livro fabuloso. Acho que tenho de descobrir mais autores sul-americanos... escrevem de forma diferente. Há qualquer coisa, uma energia que pulsa nas palavras que não se encontra em mais lugar nenhum... O Gabo tem... e este livro também.

12 comentários:

Lita disse...

Tens razão... escrevem de forma diferente! :)
Também não li o livro, nem vi o filme. Beijos

Ianita disse...

Está na hora! :)

Beijos

Paulo Lontro disse...

Este escritor foi muito bom. Pelo menos a este deram o Nobel.
Escreveu divinalmente poesia, talvez melhor do que a prosa.
Vais adorar o filme, mas não acho que se deva comparar os dois tipos de arte para a mesma obra. As especificidades são muitas, não é justo faze-lo.
Uma das mais valias do filme é o actor Massimo Troisi (faz o carteiro e morreu na vida real mesmo antes de acabar o filme), este actor a par com o Roberto Benigni, são ícones do cinema italiano , curiosamente têm ambos uma prenuncia fortíssima da zona de nascimento.
Se és das que choram a ver filmes, digo-te desde para levares 50 caixas de lenços…

Vera Angélico disse...

Já deves ter lido, mas adoro Isabel Allende. "A casa dos espíritos" é um dos livros e um dos filmes da minha vida. Acho delicioso...

Ianita disse...

Paulo: este excerto do livro é do discurso de aceitação do Nobel pelo Pablo Neruda. :)

Tens razão. Um livro é um livro e um filme é um filme. Mas este meu amigo falou-me de tal maneira deste filme que eu sei que vai ser bom. Sei que vai estar à altura do livro. Apenas sei.

Vou aceitar o teu conselho e levar muitos muitos lenços! :)

Kiss

Ianita disse...

Vera: Lembro-me disso. Já adolescente gostavas desse filme.

Eu, não sei bem porquê, não sinto atracção pelos livros dela.

A Manuela adora-a e tem todos os livros dela... e eu mesma tenho um livro dela na prateleira, mas...

Talvez um dia :)

Isandes disse...

É 1 dos livros k consta do meu top 3: à frente o perfume, atrás tenho dúvidas, mas ele tá em 2º, sem dúvida.
o filme é delicioso tb, embora com as devidas diferenças. já deu imensas vezes na tv... e consegues sacá-lo facilmente, fizeram-me isso...

Ianita disse...

O perfume também é o meu nº1, sem sombra de dúvida.

O filme, embora tenha consciência de que passa muitas vezes na tv, nunca vi. Se não conseguir comprar, peço a alguém que mo arranje... :)

Kiss

Rony disse...

Eu infelizmente ando a ler pouco, fiquei a meio de 2 ou 3 livros e esse foi um deles.

Quanto à Isabel Allende, adoro, mas deixei de ler porque comecei a achar que se tornou muito repetitiva.

Voltei a ela para ler a "Soma dos dias", porque o "Paula" ficou como que inacabado, mas a vida é assim, nunca termina.

Ianita disse...

Este... peguei e não consegui largar... agarrou-me mesmo desde o prólogo... o sr tem muito sentido de humor :)

A Allende... pois... qualquer dia :)

Unknown disse...

Tenho esse livro em Portugal mas nunca lhe tinha pegado.... Quando for la tenho que o trazer comigo
:)

Ianita disse...

Vais ver que vale a pena...

Para mim valeu... :)