14 de junho de 2010

Super

Desde pequena que o sei. Não é preciso ser-se muito perceptivo nem intuitivo. É senso-comum. Sempre foi e acho que vai ser sempre assim.

Às vezes esqueço-me. E discuto. E chateio-me. E descarrego as minhas frustrações nela. Não é perfeita, longe disso, mas na maioria das vezes não merece.

Um dia destes mandou-me um sms a dizer que já tinha feito a transferência que lhe tinha pedido. Eu respondi a agradecer e a dizer qualquer coisa como "és a maior". E ela respondeu "espero que te lembres disso quando às vezes discutimos". Na altura caiu-me mal, mas não deixa de ter razão.

Independentemente dos acessos que tem às vezes... independentemente de ser perfeccionista e de querer tudo feito ontem e não daqui a 5 minutos (às vezes é exasperante!)... independentemente de tudo... esteve e está sempre lá... e sei que vai estar sempre. E, no caso dela, sei que vai estar incondicionalmente.

Não há nada que não faça por nós. Dá-nos tudo o que pode e o que não pode. Ajuda. Apoia. Ouve. Guarda segredos. Compreende. Aconselha. Sorri. Protege.

E não dá mais ou não faz mais porque não pode. Ou não consegue. Independentemente dos poderes mágicos que tem. Da coragem.

Este fim-de-semana voltou a surpreender-me. Ao fim de 30 anos, ainda o consegue fazer... por mais que me enerve vê-la a fazer esforços que não deve, cheia de dores na coluna, ela não consegue parar quieta... e lava paredes e pinta paredes e encera chão enquanto o meu pai dormita no sofá. (e sim, eu ajudei! Tratei da roupa...) E à noite, já escuro, ainda foi fazer a baínha das minhas calças novas. Mesmo eu tendo dito que não havia pressa... lá estavam prontas, às 23h.

Às vezes esqueço-me, mas não devia. A minha mãe é uma super mãe. Não podia ter mãe melhor. Não a trocava por outra. E gostava muito que o sangue que me corre nas veias fosse mais dela do que do outro lado da família. Gostava que um dia me pudesse realmente considerar uma mulher "de Nazaré".

3 comentários:

Anónimo disse...

É porto comum dizermos que não há melhor mão que a nossa... mas sabes, deu-me a impressão que falavas da minha quando descrevias a incrível tua =)

Acho que todas as mães têm a mania de se transformarem em super-heroínas quando o bebé nasce. Sei lá, deve ser instantâneo!

Deviam também adquirir a capacidade de serem imortais depois de terem bebés!

É uma teoria!

Quanto ao que interessa: todas nós nos deviamos lembrar mais das pequenas coisas que Elas fazem (sempre) por nós. Mesmo depois de refilarmos e de disparatarmos... Elas são mesmo as maiores =)

Ianita disse...

Cleo: eu não sou muito destas coisas... aliás, a minha família fala muito, pelos cotovelos, mas diz pouco. No sentido em que falamos de tudo e de nada, nunca há momentos mortos numa conversa, mas não falamos do que sentimos. Só quando o caldo entorna e discutimos. Normalmente, aos berros.

E não é justo. Que as pessoas não saibam que lhes damos valor. Que gostamos delas. E da influência que têm na nossa vida.

E a minha mãe ainda sobressai mais. Em comparação ao meu pai. Que não é o melhor pai que eu poderia ter, mas é o que tenho.

Ou seja, nem todas as mães são super. E eu, como tu, tenho de dar graças por a minha ser.

E sim... assino por baixo na questão da imortalidade...

Beijinhos a ti e à tua super-mamã :)

Unknown disse...

Pronto, já chorei!

Às vezes acho que vieste ao mundo para pores em palavras aquilo que sinto...

É claro que não foi só para isso :)
mas é decerto uma das tuas missões!

Um beijinho muito grande para a nossa SUPER-mãe (espero que lhe mostres este post)

Um beijinho muito grande para a minha SUPER-irmã (gosto muuuuiiiiito de ti)

E já agora, um beijinho do mesmo tamanho para o nosso SUPER-irmão (sempre calado, senhor de si, mas que também gosta muito de nós que eu sei - assim como nós gostamos dele)