A reportagem possível

Ontem cheguei para uma casa sem luz. Não havia luz há meia hora quando cheguei a casa. O meu pai ligou para a EDP que nos disse que havia mais casos ali na zona.

Saio para uma rua metade com luz, metade sem luz. A vizinha da frente também tinha saído à rua para ver se era geral. Tinmha ficado sem luz há 5minutos. Começo a achar aquilo estranho... a Sede ainda tem luz... Entretanto vejo luzes de um carro de Bombeiros no cruzamento...

Como boa pessoa de aldeia, é lógico que não voltei para o menos frio de dentro de casa e fui ver o que se passava. Não era uma ambulância, mas um carro de Bombeiros a sério, daqueles dos fogos. Vejo imensa gente ali à volta, mas não consigo descortinar o que se passava. Tive de perguntar... pois teve de ser.

Chamam-me a atenção para um poste a umas dezenas de metros dali... o poste estava a arder, tinha explodido umas quantas vezes e estava a arder... Os fios também já ardiram e os Bombeiros estavam a cortar a circulação automóvel porque aquela treta estava a largar faúlhas por todo o lado. O perigo! :)

É estranho como uma coisa que foi inventada há relativamente pouco tempo nos faz tanta falta. Já estava bloqueada. Já achava que hoje de manhã não ia beber leite quente... já não me lembrava que não tinha luz, mas tinha gás e podia simplesmente aquecer o leite no fogão... Dah! Ia tomar banho e se não fosse a minha mãe lembrar-me que não podia lavar o cabelo, tinha saído dali um 31... O meu pai lamentava-se que ontem dava a entrevista ao Soares Franco e o jogo do Porto e que não podia ver nada. Ficámos todos a olhar uns para os outros, à toa, sem saber bem o que fazer. O meu pai ficou a ouvir o relato do Porto e eu fui para a cama com a ursa azul. Valeu o mp3 que tinha uma pilha nova e me fez companhia até adormecer... Porque isto de ir para a cama às 22h tem que se lhe diga! (Já fui dormir a essa hora, mas por escolha e por ter mesmo muito sono, não assim, obrigada pelas circunstâncias). Aguarda-se um baby boom na Pocariça daqui a 9 meses... :)

Com tudo isto ficou no ar uma conversa via sms que tive com a minha sobrinha há uns 3 ou 4 anos...

Eu - Há luz aí? Aqui não há... pelo menos não lavo a louça.

Sara - Aki ha ktx.

Nem mais nem menos. A resposta dela foi esta. Eu entendi zero. Alguém quer tentar adivinhar? Esta juventude...

E para quem ache que se passou bem a noite sem luz, devo dizer que a minha botija de água quente morreu no ano passado e não voltei a comprar nenhuma. E esteve mesmo mesmo muito frio. Este era o cenário, hoje de manhã, num qualquer quintal da Pocariça... (e não, não é erva com uma cor esquisita, é mesmo gelo!)