Tolices

Papi: Se eu ganhasse o Euromilhões tirava-nos a todos da miséria.
Eu: Lá estás tu... mas que miséria?
Sara: ó avô, sabes lá o que é miséria?
Eu: o pior é que sabe...

Seria de esperar que fosse a jovem de 16 anos a dizer que não ir de férias todos os anos, ou não ter o último grito da moda, ou não poder comprar tudo o que mexe, é miséria. Mas não. Ela, que quase não tem conceito de História, ficou indignada com as palavras do avô. Avô do tempo da sardinha para três. Do quarto para sete. Dos calções e dos pés descalços em pleno Inverno. Do tempo da não existência de subsídios para viúvas com filhos menores. Do tempo em que o meu tio mais velho entregava metade do ordenado à minha avó para ajudar a sustentar os irmãos, mesmo tendo ele já mulher e filho.

Por isso, o meu pai sabe bem o que é miséria. De uma que não há agora. O que eu acho é que as pessoas se habituam a dizer que vivem mal... e depois continuam a dizer sempre a mesma coisa, mesmo não sendo verdade.

Achei engraçado este diálogo... por ser uma troca de papéis. E por ver que a Sara tem mais sentido de História do que eu pensava.

Neste momento... alguém que decidiu torturar-se a esta hora da noite... [é nestas alturas que dou graças aos Céus por não ter pelos nas pernas :)].

Os nervos apertam... já deveria estar a dormir... tenho de me levantar às 4:30... mas os nervos não deixam... já estou levemente drogada... fiz bem em ir trabalhar hoje... pelo menos pensei em outras coisas que não em aviões a explodir em pleno voo. As quintas estão cuidadas... levo 15 camisolas para 5 dias (para o calor, para o assim-assim, e para o frio). Levo mapas... levo comida para a noite... levo... levo vontade. Muita vontade de descobrir tudo... tenho noção que vai ser uma viagem sôfrega... mas vai ser muito bom. Sei que sim.

E pronto... É isto... Até amanhã, se de facto houver net nos quartos... ou até à próxima semana, se os senhores do hotel nos enganaram... até.