1 de dezembro de 2009

Deste 1 de Dezembro

Feriado, como os outros. Este é, depois do 25 de Abril, o meu feriado preferido. O dia da Restauração da Independência. O primeiro dia da dinastia de Bragança.

É também o dia em que toda a gente se lembra do virus HIV/SIDA. É assim com os dias mundiais e internacionais de tudo e mais alguma coisa.

Assustam-me os números. Mas alegra-me saber o que era impossível há 15 anos. Hoje esta é uma doença crónica e não uma sentença de morte. Para isso, é preciso um diagnóstico e tratamento. Para isso é preciso ir fazer os testes. Vivem numa relação há 20 anos com a mesma pessoa e não têm comportamentos de risco? Quem vos garante que o vosso parceiro não tem? São cada vez mais as mulheres infectadas pelos parceiros de uma vida. Pessoas que não tiveram comportamentos de risco... a não ser confiar na pessoa com quem partilham a vida.

É muito bonita a conversa da confiança. Muito bonito dizerem que os homens não são todos iguais e que nem todos traem. Nem todos vão atrás do primeiro rabo de saia. Verdade. Mas, dada a oportunidade e pensando que ninguém vai saber, serão mesmo muito poucos os homens que diriam que não a uma boazona tipo Angelina. É que duvido mesmo. Acho mesmo que, homens e mulheres, não se traem mais porque não têm oportunidades para isso.

E eu não tenho nada contra isso. Querem trair? Traiam. Mas usem preservativo, se faz favor. Eu sou mulher e desde muito nova que sempre andei com preservativos na mala. Hoje em dia não há desculpas.

E é mesmo muito bonita a conversa da confiança. Mas vou confiar a minha vida nas mãos de outra pessoa? De olhos fechados? Porquê? Isso não é confiança, é burrice! Por mais anos que passem. Burrice. Desculpem-me, mas é. Burrice.

Acho que se alguma vez quiser engravidar vou levar o gajo a fazer o teste e depois a usar cinto de castidade durante 6 meses. Ou então inseminação. E levante-se contra mim a pessoa que confie cegamente na pessoa com quem está. E em si mesmo.

Eu nunca tive um comportamento de risco. Sempre me informei. Sempre andei prevenida. Ainda assim, em 2007 fiz o teste... e não vos posso explicar o medo que senti. Mesmo sem ter tido um único comportamento de risco. Ainda assim. O medo é horrível e apodera-se completamente de nós. Porque eu não fiz nada de mal e podia estar contaminada. Não estava. E foi o maior alívio que senti na vida.

6 comentários:

Luisa disse...

Ianita,

Certo dia, também tive que fazer o teste, não porque eu tivesse tido um comportamento de risco, mas alguém o teve por mim, foram dias dolorosos e de angustia. ( ...) Negativo, nem este facto me confortou.

Beijinhos
Luisa

Ianita disse...

Luísa: foi o meu caso também...

Beijos

Rui disse...

... e não só os comportamentos de risco (tipo sexual).
Hoje em dia já há mais cuidados, para além dos dos comportamentos hetero e homo, mas há várias outras situações em que o risco está presente e há que ter cuidado.
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Ianita disse...

Rui: as trocas de seringas... o sangue no sangue... e já para não falar em quem é contaminado através de transfusões...

É preciso ter cuidado e sorte.

Kiss

Rui disse...

As cadeias, um perigo !
Um cirurgião meu amigo durante uma operação, uma pequena distracção, cortou-se, não tomou nessa altura qualquer medida e mais tarde, o que se esperava.
Lembremo-nos também do caso Leonor Beleza !
Bj.
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spritof disse...

hoje em dia... não é o fim do mundo...
...considerando tantas outras doenças mais graves e de rápida mortalidade!