Passaram 65 anos da libertação de Auschwitz. Morreram neste complexo 1 milhão de judeus. Foram executados 1 milhão de judeus.
Na Faculdade estudei um filósofo, Paul Ricoeur. Ele esteve preso durante a II Guerra Mundial. Não em Auschwitz. Havia prisões diferentes para os grandes estudiosos. Quando foi libertado, no fim da guerra, não acreditava nos números. Não acreditava. Uma coisa era prender pessoas, outra muito diferente era matar. Matar só porque sim. E não um ou duas pessoas... milhões.
Mas o Holocausto é uma daquelas coisas que, infelizmente, não depende de pontos de vista. Existiu. As vítimas estão contabilizadas. Há sobreviventes. Há factos. E Ricoeur rendeu-se aos factos e dedicou o resto dos seus dias ao estudo das origens do mal.
Porque há que distinguir... entre os malucos, doidos, os nervosos que reagem a impulsos ou provocações... os que matam por acidente ou por reacção. E os que percebem perfeitamente a diferença entre o bem e o mal. E racionalmente, identificando a diferença, escolhem o mal. São os psicopatas. Que até podem saber que estão a fazer mal, mas simplesmente não querem saber.
Custa. Dói. Seria mais fácil culpar uma doença qualquer. Mas não é doença. É maldade.
Os livros mais interessantes do Ricouer não estão traduzidos em português. Ainda assim, do que li, adorei a abordagem e a consciencialização de que o mal existe. Apenas e só porque o bem existe.
Espero que não venhamos a presenciar nenhum acto de maldade semelhante... se bem que, haver pessoas que dizem que o Holocausto não existiu, deve ser algo de extremamente cruel para quem o viveu.
Na Faculdade estudei um filósofo, Paul Ricoeur. Ele esteve preso durante a II Guerra Mundial. Não em Auschwitz. Havia prisões diferentes para os grandes estudiosos. Quando foi libertado, no fim da guerra, não acreditava nos números. Não acreditava. Uma coisa era prender pessoas, outra muito diferente era matar. Matar só porque sim. E não um ou duas pessoas... milhões.
Mas o Holocausto é uma daquelas coisas que, infelizmente, não depende de pontos de vista. Existiu. As vítimas estão contabilizadas. Há sobreviventes. Há factos. E Ricoeur rendeu-se aos factos e dedicou o resto dos seus dias ao estudo das origens do mal.
Porque há que distinguir... entre os malucos, doidos, os nervosos que reagem a impulsos ou provocações... os que matam por acidente ou por reacção. E os que percebem perfeitamente a diferença entre o bem e o mal. E racionalmente, identificando a diferença, escolhem o mal. São os psicopatas. Que até podem saber que estão a fazer mal, mas simplesmente não querem saber.
Custa. Dói. Seria mais fácil culpar uma doença qualquer. Mas não é doença. É maldade.
Os livros mais interessantes do Ricouer não estão traduzidos em português. Ainda assim, do que li, adorei a abordagem e a consciencialização de que o mal existe. Apenas e só porque o bem existe.
Espero que não venhamos a presenciar nenhum acto de maldade semelhante... se bem que, haver pessoas que dizem que o Holocausto não existiu, deve ser algo de extremamente cruel para quem o viveu.
10 comentários:
Sim efectivamente o mal existe... e se não fecharmos os olhos a esse facto estaremos mais preparados para "enfrentar" o mal....
Uma das coisas que mais me custou enfrentar, foram as imagens e tudo o que estava numa exposição sobre o Holocausto... porque o mal existe... e porque aqueles que o enfrentaram merecem ser recordados....
Faz-me confusão como é que o ser humano pode ser tão... anti-humano. Não deveria estar na nossa natureza que desejássemos matar-nos uns aos outros, não é?
Enfim. Na minha estadia pela Polónia, espero poder visitar uma dessas prisões.
No Mystic River há uma cena em que a personagem do Sean Penn analisa as decisões que tomou na vida e que o levaram àquela situação, e como ela poderia ser diferente se... se...
A dado momento fala no Hitler, diz ele que a mãe do Hitler pensou em fazer um aborto, mas depois acabou por o ter o filho...
É bom manter bem na memória a tragédia do Holocausto, a maior do século passado!
É péssima a recordação, mas tenhamos a noção que ainda existe quem negue que ela existiu, ou até quem, simplesmente, não saiba do que se trata.
É por isso que "é bom" recordar "coisas más".
Tm: precisamente :)
Mi: custa a aceitar, mas... é assim. O Bem existe, logo...
Rony: essa parte ainda vi :)
Rui da Bica: daí a importância da História. Para aprendermos com os erros e acertos do passado.
Sim, existem anormais que afirmam que o Holocausto não existiu!
Visitei há uns meses o complexo de Auschwitz-Birkenau. Diria que foi um milagre ter havido sobreviventes se, diante dos horrores relatados e sadicamente documentados, não se questionasse qualquer existência divina (e milagreira).
Dylan: li não sei onde que retiraram o Holocausto dos livros de História em Inglaterra (dos escolares) por ofender quem não acredita que tenha existido... :(
Rachelet: Houve a acção de pessoas, como o Schindler. E houve a falta de tempo dos alemães e o precisarem de alguns prisioneiros como mão-de-obra escrava... foi mais acção humana que divina...
Mesmo assim... eles não tinham comida, trabalhavam de sol a sol com temperaturas negativas e uns trapos rotos no pêlo, a esperança de vida média de um adulto saudável era de 3 meses. Quem sobreviveu não devia estar lá há mais tempo do que isso, e a julgar pelas fotos existentes, foi suficiente para sofrerem por uma vida inteira.
Os idiotas que negam o Holocausto deviam ser todos obrigados a visitar aqueles lugares.
Rachelet: sim, o ser-humano resiste além do que parece razoável. Vemos o mesmo no Haiti, onde continuam a aparecer pessoas vivas debaixo daqueles montes de pedras...
Entendo que me digam que não acreditam no Afonso Henriques. Porque não há provas físicas da existência dele. Se bem que há relatos e tal, mas pronto. Agora o Holocausto... ainda há sobreviventes vivos. Há fotos. Há vídeos. Há provas. Acho cruel e desumano que se negue isto...
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