Ontem estive a passar a ferro. Em frente à TV. As camisas... primeiro a gola... depois as mangas e só no fim o corpo. Foi assim que a minha avó me ensinou. Ela que foi costureira. Não lhe herdei o jeito para os trapos. Herdou a minha mãe e herdou a minha irmã. Eu nunca tive jeito para trabalhos manuais. Nunca consegui fazer as coisas perfeitinhas como elas faziam e depois acabava por desistir. Mas passo a ferro muito bem. Com perfeição. Com cuidado. Ainda me lembro de estar a passar a ferro e a minha avó a ver, sentada no sofá. Sempre a criticar. Sempre a pôr defeito. Mas depois ia dizer à minha mãe que eu era muito perfeitinha. (e eu sempre disse que adorava a minha avó, mas nunca disse que ela tinha um feitio fácil).
E gosto. Mesmo não sabendo costurar nem remendar nem fazer crochet ou toalhas de renda ou bordados ou tapetes de arraiolos... sou perfeitinha a passar a ferro.
E hoje a minha mãe disse-me... "sabes, não somos Nazaré só de nome". Pois não. Têmo-lo no sangue. E ainda bem.
1 comentário:
Não tenho muito jeito para essa tarefa, mas se tiver que ser...
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