19 de dezembro de 2009

Do jantar

- tomate gratinado com queijo parmesão, azeitonas e rúcula
- Creme de espargos com frango do campo
- Bacalhau com batata assada no sal, meia desfeita de grão e espinafres salteados em azeite
- Medalhões de porco com migas de farinheira e ratatui de legumes
- Pudim Dom Duarte


Estava tudo divinal. Pena o serviço lento... mas éramos mais de 200 pessoas, distribuídas por duas salas. Acabou por ser qualquer coisa tipo "casamento". Acabámos o jantar já passava da meia-noite e depois então o baile.

Fiquei sentada com colegas de trabalho e passámos o tempo todo a criticar os penteados e as roupas das outras gajas. Aquelas que foram ao cabeleireiro de propósito para ir ao jantar... enquanto que nós ficámos no trabalho até à hora do jantar e fomos tal e qual estávamos.

Foi muito giro. Ri muito. E adorei o discurso do sr. patrão. Há quem pague muito dinheiro para aprender a discursar como ele. O dito paleio motivacional, que resulta, que nele é natural e honesto e que na maioria das pessoas é treinado e ensaiado e, na maioria das vezes, mentiroso. Ele tratou-nos como colegas de trabalho. E eu que trabalho directamente com os patrões sei bem que é verdade. Cada um com o seu posto e as suas funções, mas eles trabalham tal e qual como nós. E uns sem os outros nada se consegue. Porque se eles decidirem fechar a empresa é mau para nós. E se nós não trabalharmos é mau para eles. E eu costumo dizer que não invejo a vida do filho do patrão, pouco mais velho do que eu. Pode ter muito dinheiro, mas o homem não pára. Este ano tirou 1 semana de férias e nessa semana marcou reuniões e esteve sempre contactável via telemóvel. É sempre dos primeiros a chegar e normalmente, a não ser que tenha reuniões fora, é o último a sair.

E o sr. patrão mais velho emocionou-se e tudo a falar. Levava um cartãozito com uns tópicos que queria focar, mas o discurso saiu-lhe do coração. Quando pediu um aplauso aos pais dele. Quando falou na importância da família e do trabalho. Saúde. E, de facto, ele conhece e cumprimenta todas as pessoas que trabalham para ele. E são centenas. Não se esqueceu de mencionar quem estava naquele momento a trabalhar. Porque temos fábricas a laborar 24h por dia. Não se esqueceu das filiais. Não se esqueceu dos imigrantes. Não se esqueceu de mandar umas piadolas pelo meio.

O sr. patrão é um senhor da idade do meu pai. Mais novo talvez. Mas que sempre trabalhou para construir o que tem. E os filhos trabalham para multiplicar o que o pai tem. E aquele discurso funcionou. Senti-me bem e orgulhosa e, de facto, motivada. Mas porque sei que lhe saiu do coração. Porque convivo com eles diariamente e sei. Porque foram muito generosos comigo nos aumentos em Fevereiro passado. Porque até posso ter problemas com alguns chefes, mas com os patrões nunca tive.

Gostei muito mesmo. Não sei como vai ser no futuro, mas ontem senti que fazia parte daquela família e foi muito bom.

2 comentários:

Rony disse...

Com a fome que estou é uma tortura estar a ler estas iguarias!

Ainda bem que te divertiste :)

Ianita disse...

Rony: o jantar estava muito bom e sim, diverti-me :)