Porra. Que as crianças sabem ser cruéis todos sabemos. Chamam nomes, humilham, batem... Têm muitas vezes requintes de malvadez.
São crianças? Certo. São crianças. Mas não é por serem crianças que se pode perdoar tudo. E há crianças más. Muito más. Que não têm remorsos nem sentimentos de culpa.
Crianças que constantemente, dia após dia perseguem um menino... o mesmo... todos os dias... só porque sim... porque é diferente... ou porque tem óculos... ou porque fala esquisito... ou porque não tem as roupas da moda... ou porque não é inteligente... ou porque é demasiado inteligente.
Porque sim.
E não imagino o que deverá ter sofrido aquela criança para hoje chegar ao desespero de se mandar ao rio. (ouçam a notícia completa aqui)
Quantas vezes terá sido insultado e surrado e humilhado para hoje se ter mandado ao Tua.
O meu primeiro pensamento foi, inevitavelmente, para os pais. Pensei que treta de pais que ele tinha, que nem perceberam que se passava algo de errado com o filho. Depois pensei nos meus problemas enquanto adolescente e no que partilhei com os meus pais... zero. Nada.
É bem possível que estes pais não soubessem de nada. Que notassem o filho estranho e que culpassem a estranheza na mudança de idade. Ou que ele lhes tivesse dito que havia meninos que lhe batiam na escola, e eles pensaram que eram coisas da idade...coisas de rapazes...
Não imagino a dor por que devem estar a passar agora... a perda do filho... e o não terem visto os sinais... ou o não terem percebido que era assim tão grave... o não poderem ter feito algo para evitar isto...
Não imagino a dor e a angústia por que este menino estava a passar para chegar a isto... Tudo provocado por outras crianças. Crianças a quem não vai acontecer nada. E que vão crescer para serem adultos maus e idiotas. Sem respeito pelos sentimentos dos outros.
Porra que isto deveria ser proibido de acontecer. Não há direito.
São crianças? Certo. São crianças. Mas não é por serem crianças que se pode perdoar tudo. E há crianças más. Muito más. Que não têm remorsos nem sentimentos de culpa.
Crianças que constantemente, dia após dia perseguem um menino... o mesmo... todos os dias... só porque sim... porque é diferente... ou porque tem óculos... ou porque fala esquisito... ou porque não tem as roupas da moda... ou porque não é inteligente... ou porque é demasiado inteligente.
Porque sim.
E não imagino o que deverá ter sofrido aquela criança para hoje chegar ao desespero de se mandar ao rio. (ouçam a notícia completa aqui)
Quantas vezes terá sido insultado e surrado e humilhado para hoje se ter mandado ao Tua.
O meu primeiro pensamento foi, inevitavelmente, para os pais. Pensei que treta de pais que ele tinha, que nem perceberam que se passava algo de errado com o filho. Depois pensei nos meus problemas enquanto adolescente e no que partilhei com os meus pais... zero. Nada.
É bem possível que estes pais não soubessem de nada. Que notassem o filho estranho e que culpassem a estranheza na mudança de idade. Ou que ele lhes tivesse dito que havia meninos que lhe batiam na escola, e eles pensaram que eram coisas da idade...coisas de rapazes...
Não imagino a dor por que devem estar a passar agora... a perda do filho... e o não terem visto os sinais... ou o não terem percebido que era assim tão grave... o não poderem ter feito algo para evitar isto...
Não imagino a dor e a angústia por que este menino estava a passar para chegar a isto... Tudo provocado por outras crianças. Crianças a quem não vai acontecer nada. E que vão crescer para serem adultos maus e idiotas. Sem respeito pelos sentimentos dos outros.
Porra que isto deveria ser proibido de acontecer. Não há direito.
9 comentários:
… prefiro não tentar imaginar nem a dor nem a angústia que referes, até porque em nada adianta que o faça.
Opto por alimentar a ilusão que os adultos “maus e idiotas” que se tornarão os colegas responsáveis pelo acto deste pobre rapaz, sofram eles um dia a acção ou de outros idiotas piores que eles, ou de inteligentes que lhes decidam dar uma lição. Sim porque, mesmo no país onde vivemos, acho bom alimentar uma certa noção de justiça, para bem da nossa sanidade mental…
Beijinho,
FATifer
Fatifer: eu também acredito no devir do Universo... what goes around comes around...
E acredito nisto e penso nisto com muita força quando me sinto tentada a ripostar... penso que o Universo se encarrega dessas pessoas e que eu não tenho que "sujar" as minhas mãos...
Beijinhos
Terrível pesadelo este, para os pais, Ianita. Misto de sentimento de culpa e de revolta ?...
O que fazer desta juventude sem princípios ?...
O drama é que todos nos sentimos impotentes para encontrar soluções.
Será que, muito provavelmente, só nos reste o lamento ?
Que mais acrescentar ?...
Tocaste e bem, todos os pontos !
.
Rui: esta juventude é como as outras... no meu tempo também era assim... as raparigas populares faziam a vida num Inferno às menos populares...
Os rapazes populares, os giros, os desportistas, faziam a vida negra aos mais fracos.
Acho que sempre houve casos destes... há até uma expressão inglesa que diz "boys will be boys" que eles aplicam às coisas de rapazes, porrada incluida.
Sempre houve pais que premeiam os filhos que batem em outros miúdos... e acho que sempre vai haver...
Gente idiota que cria mais gente idiota.
Porque nem são maus... são idiotas.
Não fazia ideia... é lamentável... à falta de outras palavras para descrever revolta...
Sayuri: eu também não vi... à hora a que chego do trabalho já não vejo o Telejornal... o meu pai contou-me e eu procurei a notícia na net... lamentável mesmo!
E no entanto toda a gente "sabia".
...a mãe de uma criança de 10 anos que frequenta aquela escola confirmou esta realidade, queixando-se à agência Lusa que o filho está a ser vítima de agressões por parte de colegas, motivo pelo qual a criança se recusa a ir à escola e está a ser medicada e acompanhada por um psicólogo. Ontem mesmo Graça Caldeiras disse que não foi trabalhar para acompanhar o filho em mais uma consulta no psicólogo que conseguiu arranjar no centro de saúde, já que "a psicóloga da escola não tinha tempo para o atender".
Espero que nunca chegue ao ponto de fazer justiça pelas minha próprias mãos...
Textículos: boys will be boys... a maioria das pessoas acredita nisto... que passa... que não é grave... que toda a vida houve bulhas e afins... e depois... o que fazer?
Dylan: nem quero pensar nisso... nem sei o que faria se fosse comigo.... :(
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