24 de dezembro de 2009

Riqueza

Hoje, quando cheguei a casa, estava o Zézinho Rodrigues dos Santos no "5 para a meia-noite". Gosto muito dele e, por isso, deixei a tv ligada. Falava-se em riqueza. E dizia ele que o conceito de "riqueza" é ambíguo. A maioria das pessoas diz que uma pessoa rica é uma pessoa com dinheiro. Um país como a Arábia Saudita (o exemplo que ele deu) é rico porque tem petróleo e dinheiro. Mas... quando precisam de uma ponte mandam chamar os engenheiros britânicos. Quando querem um carro, compram na Alemanha ou nos States. Quando querem seja o que for compram. E quando o petróleo se acabar? Deixam de ser ricos e passam a ser pobres. Porque, na realidade, eles não são ricos. Porque riqueza é conhecimento. Saber fazer as coisas. Se uma pessoa sabe fazer coisas nunca é pobre. Mesmo sem dinheiro, vai sempre conseguir dar a volta por cima. Porque tem conhecimento. Mesmo que perca tudo o resto, nunca será uma pessoa pobre.

Eu concordo com ele. Acho mesmo que a riqueza não advém do dinheiro. A riqueza está no conhecimento, como dizia o Zézinho, mas também nos sentimentos e nas pessoas. Numa data de coisas não palpáveis. Numa data de coisas que não se compram. Que se constroem ao longo do tempo. Com persistência. Com força. Com determinação. Com coração. Com alma...

Posso ter na conta a prazo os mesmos 100euros com que a abri. Posso neste ano de 2010 não conseguir comprar casa nem sequer arrendar casa, porque uma pessoa que tem uma poupança de 100euros não tem condições para isso. Posso não ter muitas coisas que gostaria de ter. Posso não ser herdeira de uma grande fortuna. Mas tenho conhecimento. Proporcionado pelos meus pais que sempre puseram a escola à frente de tudo. Proporcionado por mim mesma e pela minha sede de saber mais. Tenho pessoas boas na minha vida. Pessoas que me amam e que eu amo acima de tudo. A família próxima. E aqueles amigos que se contam pelos dedos das mãos.

Podemos perder tudo na vida. Mas estas são as coisas que permanecem. A nossa riqueza.
É quase Natal e estou triste por não o partilhar com a minha avó. Mas sei que ela me deixou a maior herança de todas... o seu amor e o seu exemplo de vida. E olhando à minha volta sinto-me a mais rica das pessoas. Mais rica que a Arábia Saudita.

E as pessoas que me fazem sentir assim tão bem. Que estão por mim sem que eu peça. Que me ouvem mesmo quando eu sou chata e repito a mesma história um cento de vezes. As pessoas que me vêem como seu sou realmente... essas pessoas merecem tudo de mim. E mais nunca será demais.

Hoje dei prendas. Eu adoro dar prendas. Fico com aquele nervoso miudinho... excitação... ansiedade... adoro. E jantei bem. Muito bem. E tive a segunda borla da semana. Depois de ontem não ter pago a consulta no dentista (obrigada!), hoje não paguei o jantar. Mas adorei as reacções a cada presente. Adorei a partilha. Adorei as risadas. Adorei ir ao bar. Adorei a leitura das histórias.

Amanhã há mais. Azáfama. Compras. Cozinhar. Risos. Discussões. Falar alto. Comer demais. Partilha. Prendas só dia 25... ainda falta tantoooooo!!!!!

2 comentários:

Dylan disse...

Belo texto.

Bom Natal!

Ianita disse...

Dylan: Feliz Natal!