Fez-se-me um nó na cabeça. Daqueles bem apertados e bem difíceis de desfazer.
Eis que tenho de ir aprender uma tarefa para a fazer quando a colega estiver de férias. Lançamentos de movimentos bancários.
Crédito = +
Débito = -
Certo?
Errado!
"Porquê?", pergunto eu. "Não sei. É assim", responde a colega.
Dá-se o nó. A cabeça dói. Não é que não conseguisse fazer. Conseguia. Tudo o que é mais é menos. Tudo o que é menos é mais. OK. Mas porquê?
Bem me dizia a psicóloga (e é incrível como nos "vêem" mesmo à primeira vista) que eu tinha a triste mania de querer racionalizar/perceber tudo. É um facto. "Porque sim" é algo que não se me encaixa.
Tenho a ideia brilhante de ligar à minha contabilista/irmã querida, licenciada em Gestão e contabilista, grande crânio das matemáticas e demais ciências exactas, tábua de salvação em outros momentos de grande nó na cabeça (tipo, como se divide 33,7 por 1,2 sem usar máquina?).
Eu- Tou com um problema. Por que é que nos lançamentos da empresa o que é mais é menos e o que é menos é mais?
Ela, grande crânio matemático - É uma convenção. É assim porque é assim...
Eu - WTF???!!! Ainda dizes tu que gostas de ciências exactas. "Porque sim" não é uma resposta de uma ciência exacta!!
Em letras é normal... estamos habituados à denotação e à conotação. Ainda assim, tudo tem uma origem e um porquê. Tudo se explica. Não estava preparada para um "porque sim" quando eu própria, enquanto professora, nunca o usei como resposta a aluno nenhum...
Mas pronto... a maninha entretanto veio cá a casa e conseguiu explicar de forma a eu entender...
[basicamente, quando falamos de uma empresa, nunca há movimentos isolados. Um movimento de débito, envolve um outro de crédito e vice-versa. Ou seja. Quando a empresa emite uma factura a um cliente, está a fazer um débito. Mas tem de fazer, na conta da empresa o crédito desse valor. Porque embora não o tenha ainda, este valor faz parte do Património da empresa. Depois, quando o cliente paga, aparece no extracto bancário como um crédito, mas temos de ir à conta da empresa fazer o débito desse valor, que já não está "a haver". O valor aparece na conta bancária, um dos elementos que faz parte do Património. Ou seja, não pode constar na conta bancária e no saldo da empresa ao mesmo tempo. Logo, a cada crédito no extracto bancário corresponde um débito na conta da empresa. Logo, mais dá menos :)]
É que eu tirei letras por vocação e não para fugir fosse ao que fosse. Sou uma mulher inteligente. Não sei tudo, como é óbvio. Mas gosto de pensar que, se me explicarem, não há nada que eu não entenda.
Ainda bem que forcei. Afinal não era "porque sim" :)
Eis que tenho de ir aprender uma tarefa para a fazer quando a colega estiver de férias. Lançamentos de movimentos bancários.
Crédito = +
Débito = -
Certo?
Errado!
"Porquê?", pergunto eu. "Não sei. É assim", responde a colega.
Dá-se o nó. A cabeça dói. Não é que não conseguisse fazer. Conseguia. Tudo o que é mais é menos. Tudo o que é menos é mais. OK. Mas porquê?
Bem me dizia a psicóloga (e é incrível como nos "vêem" mesmo à primeira vista) que eu tinha a triste mania de querer racionalizar/perceber tudo. É um facto. "Porque sim" é algo que não se me encaixa.
Tenho a ideia brilhante de ligar à minha contabilista/irmã querida, licenciada em Gestão e contabilista, grande crânio das matemáticas e demais ciências exactas, tábua de salvação em outros momentos de grande nó na cabeça (tipo, como se divide 33,7 por 1,2 sem usar máquina?).
Eu- Tou com um problema. Por que é que nos lançamentos da empresa o que é mais é menos e o que é menos é mais?
Ela, grande crânio matemático - É uma convenção. É assim porque é assim...
Eu - WTF???!!! Ainda dizes tu que gostas de ciências exactas. "Porque sim" não é uma resposta de uma ciência exacta!!
Em letras é normal... estamos habituados à denotação e à conotação. Ainda assim, tudo tem uma origem e um porquê. Tudo se explica. Não estava preparada para um "porque sim" quando eu própria, enquanto professora, nunca o usei como resposta a aluno nenhum...
Mas pronto... a maninha entretanto veio cá a casa e conseguiu explicar de forma a eu entender...
[basicamente, quando falamos de uma empresa, nunca há movimentos isolados. Um movimento de débito, envolve um outro de crédito e vice-versa. Ou seja. Quando a empresa emite uma factura a um cliente, está a fazer um débito. Mas tem de fazer, na conta da empresa o crédito desse valor. Porque embora não o tenha ainda, este valor faz parte do Património da empresa. Depois, quando o cliente paga, aparece no extracto bancário como um crédito, mas temos de ir à conta da empresa fazer o débito desse valor, que já não está "a haver". O valor aparece na conta bancária, um dos elementos que faz parte do Património. Ou seja, não pode constar na conta bancária e no saldo da empresa ao mesmo tempo. Logo, a cada crédito no extracto bancário corresponde um débito na conta da empresa. Logo, mais dá menos :)]
É que eu tirei letras por vocação e não para fugir fosse ao que fosse. Sou uma mulher inteligente. Não sei tudo, como é óbvio. Mas gosto de pensar que, se me explicarem, não há nada que eu não entenda.
Ainda bem que forcei. Afinal não era "porque sim" :)
4 comentários:
Às vezes o "porque sim" implica uma resposta tão grande (como essa!) e como dá muito trabalho, é mais simples. Porque sim!
coisasdacleo:
É isso mesmo... porque a explicação que dei foi a mais básica possível para ela entender, senão seria ainda mais comprida a explicação!
ahahahah
A maninha percebeu a "lógica da coisa" = missão cumprida!
Maninha:
És um must!
Beijocas
Mas muitos teriam ficado felizes com o porque sim... O que vale é que não somos todos iguais...
Cleo: pois é... e no dia seguinte disse à minha colega que já tinha percebido... ela pediu para eu explicar, eu expliquei e ela disse " pois... a mim disseram-me para fazer assim e eu fiz. Não precisava saber porquê"... e eu fiquei de cara no chão... mas por que é que eu complico?
Maninha: obrigada :) sou uma parva porque não me contento com o simples... tenho de complicar e afins... obrigada por me ajudares mais uma vez :)
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